Vila Faia é um conto português. Um conjunto harmónico de predestinações e tentativas de operar a revolução e escapar ao que de cada um de nós se espera.
No centro do drama, a vinha, o vinho, a sua indústria, marca-registada de Portugal e metáfora perfeita da importância da reputação, do prestígio conquistado ao longo de anos e que, no entanto, se pode desvanecer num estalar de dedos: mas também a amostra simbólica da casa, do nome que se carrega ou deseja ostentar.
Mais que qualquer outro tema, Vila Faia fala da família; isto é, o Deus desafiado e que faz mover os acontecimentos não e o amor ou o dinheiro, como é habitual no género telenovela, é a família, O desejo de se ser parte de uma; as duas famílias que qualquer homem ou mulher tem: aquela onde nasce e a que construirá por si próprio e que podem ou não substituir-se uma à outra.
A trama está povoada de órfãos, de filhos desencontrados dos pais, de mães que não conseguem comunicar, de irmãos que se afastam e procuram, de homens e mulheres que buscam seguir à risca o caminho trilhado pelos pais e outros que desejam fazê-lo em sentido precisamente inverso.
No final, todos correm de encontro ao cumprimento do seu destino; uns porque nunca lhe souberam fugir, outros porque o reinventaram.